sábado, novembro 26, 2011

Como um sopro.

Aprendi a ser eu mesma e não tenho vergonha disso. Não sinto vergonha de parecer individualista e egoísta, não sou hipócrita. Nunca espere de mim, porque sou um mistério para mim mesma. Não pretendo agradar, se sou sua amiga, sou de verdade, acredito nisso, mas quando deixo de acreditar, só em outra vida para conquistar minha confiança novamente. Eu sou assim, meu sangue nordestino pulsa forte em minhas veias, sou brava, tenho opiniões marcantes e realmente o que você pensa a meu respeito não me importa muito, principalmente se sei que não dei nenhuma pisada na bola. Nesses dias tenho pensado bastante, aconteceram muitas coisas chatas, coisas práticas e subjetivas. Muitas. Pensei sobre mim, sobre as outras pessoas e cheguei a uma conclusão, claro que essa conclusão nunca terá fim... rs mas no momento penso que as pessoas falam demais. Muita coisa seria suprimida se houvesse um pouco mais de reflexão antes do falar, antes da atitude. Porque uma vez que se falou ou se agiu, já era. Nas últimas duas semanas sei bem o que fiz e sumi, silenciei. Não tenho o direito de atrapalhar a vida de ninguém. O tempo não volta, o coração não cicatriza, as coisas nunca voltam a ser o que eram antes. Nunca. Pode-se ser guerreiro e tentar ou simplesmente deixar passar. Escolho quase sempre deixar passar, sem insistir. Se as coisas não são "redondas" é porque muitas vezes não eram para ser. Uma pena, mas o que resta é lembrar os bons momentos e seguir. EU não sou perfeita e nem quero ser, só não acho justo o julgamento alheio e as coisas chegarem aos meus ouvidos pelas minhas costas. Falta coragem nas pessoas. Acho triste essa covardia que toma conta das pessoas. Sou em alguns momentos, mas luto tanto, tanto que não acho justo alguém me dizer depois de 1 mês, 2 meses que finalmente está vendo quem eu realmente sou. Eu não sei quem eu sou direito, eu mudo a cada segundo e eu gosto desse movimento que a vida tem. Eu não sou metódica, eu tenho insônia, adoro pintar de madrugada e escrever. Gosto de me sentir sozinha em alguns momentos, gosto de conhecer gente em outros gosto de ficar quieta, sem precisar falar. Eu não tenho explicação, não me rotule. Eu mudo sempre, mas não tenho duas caras, se não falo é porque prefiro me calar do que magoar as pessoas. Não me sinto a vontade com todo mundo e não sou amiga de todo mundo. Sinto as pessoas, erro as vezes, mas sinto forte o que elas podem estar sentindo ao meu respeito. Sou assim. Me respeito o tempo todo, porque depois de muitos anos sei que eu importo mais que qualquer outra pessoa. É isso por hoje. 

domingo, novembro 06, 2011

Livro do "futuro"

Os últimos dias foram provas de autoconhecimento para mim. Fiquei muito feliz por perceber que o que conquistei nos últimos meses é meu mesmo, que não foi da boca para fora, que essa pessoa que me tornei é real e existe mesmo, até em outro país. Não vou deixar que me apaguem, não vou me deixar apagar. É como eu escrevi: meu maior perigo sou eu mesma.

Antes de abril desse ano eu era sempre vítima. Vítima da vida, das pessoas, de tudo. Vinha trabalhando isso na terapia, mas me debatia com questões como: devo ser legal com as pessoas sempre, porque só sou feliz se as pessoas estão felizes... a acomodação não é acomodação porque é assim que quero as coisas... Eu era vítima... era coitada, culpava a vida, o mundo, as pessoas, tudo... queria mudar, mas não tinha a chama que tenho hoje. Achava que fosse feliz, pensava: todo mundo quer alguém, eu tenho o melhor cara do mundo, que me ama desse jeito que sou... rs

A verdade é que o baque que tomei foi a melhor coisa que me aconteceu na vida!!! Eu não gostava de ser vítima. Eu tinha um monte de problemas comigo e da forma como via as pessoas. Hoje, é como se eu tivesse uma chama dentro de mim, acredito tanto em mim, na minha capacidade, estou tão bem comigo mesma que as vezes parece mentira. Quando cheguei aqui, me perdi. Energia é lance sutil mas tão importante que não dá para colocar em palavras, é sentir.

Pensei um monte de coisas: em recaídas a respeito de mim mesma, a respeito de outras pessoas, sobre novas pessoas...rs enfim, tive um nó dentro da minha cabeça e do meu coração. Quem me conhece sabe que não foram dias fáceis... muita confusão para quem achava que tudo estava bem certinho.

Aí eis que no dia 29 de outubro as coisas começaram a se acertar... Percebi que eu estava me apagando, me anulando, e eu não estava sabendo lidar com as mudanças, com a pressão, com o que esperam de mim aqui e trazer sentimentos do Brasil foi como dar ou inventar motivo para a tristeza que eu estava sentindo por me sentir tão pressionada.

Tive vários conflitos essa semana, as pessoas são diferentes, ninguém é igual a ninguém.... e as diferenças trazem conflitos. Eu sou bem adaptável, mas preciso ser só em muitas momentos. Gosto de pensar por mim, de tomar as minhas decisões. A solidão me constrói. Acho engraçado quem reclama de ficar só...tudo tem dois lados. Gosto de ficar com as pessoas, adoro conversar, conhecer outras pessoas, rir, me divertir, enfim... adoro. Mas não consigo viver pressionada por outras pessoas, eu demorei para me encontrar e quero que isso seja real, e está sendo real. Por mais que eu ame outras pessoas, me amo mais. É isso que me guia em tudo.

O que anda me irritando é o mi mi mi... todo mundo reclamando de tudo aqui, das coisas... eu se vou reclamar, prefiro ficar quieta para não afetar as outras pessoas, porque acho que ninguém tem nada a ver com as coisas que se passam comigo. Eu sei lá se estou certa, mas é como vou lidando com as coisas...

Enfim, as coisas estão melhores... Estou morrendo de saudades da minha família e dos meus amigos.
Nessa semana conheci gente de muitos lugares do mundo: Itália, EUA, Irlanda, Korea...etc... Sociabilizei e foi a melhor coisa que me aconteceu, meu inglês é terrível, mas colocando em prática fica mais fácil acreditar que um dia conseguirei  falar e entender esse povo.

Logo posto desenhos novos, ando com mais vontade de escrever do que desenhar. Tenho escrito muito no livro que faço para o meu "futuro".