sábado, agosto 30, 2014

Julgar é fácil, difícil é tentar sentir empatia...

Eu sempre fui julgada e sempre doeu muito. Era uma menina diferente da maioria, era quieta, esquisita, na escola era julgada, na família também e assim foi a minha infância: triste e sozinha, se não fossem os livros, os desenhos, os gatos e os cachorros, talvez eu não tivesse conseguido chegar até aqui.
Depois tive uma adolescência menos pesada, sabia que era como eu era e que algumas poucas pessoas conseguiam gostar de mim como eu era, mesmo assim tentava me igualar, tentava ser um pouco mais "normal" e isso me feria muito. Fui me tornando uma adulta triste, sentida, ferida. Não era fácil. Os julgamentos muitas vezes me atingiam fundo. Comecei a namorar e demorei para me sentir segura em outra família, eu já era acostumada com a minha, que era como eu: esquisita. Me acostumar com uma família "normal" não foi fácil e nem difícil, foi natural. Achava bonito o jeito deles cuidarem uns dos outros, de se encontrarem nas datas comemorativas, de ligarem uns para os outros. Aprendi muito com eles, mas eu não era uma deles, por mais que estivesse ali e fosse tão bem tratada, eu continuava sendo a estranha, a esquisita.
Depois de muitos anos o namoro acabou, como tinha que ser. Uma etapa terminou, como tinha que ser.
Na minha ingenuidade, achei que fosse amada depois de tanto tempo fazendo parte de uma família, sendo madrinha de uma menininha, tendo passado por tantos momentos... Mas o conceito do que é amor muda de pessoa pra pessoa. O meu conceito de amor mudou com a ajuda do ex-namorado, ele me mostrou que o amor não prende, que o amor é livre, não sente ciúmes, que só de ver as pessoas que amamos felizes, nos tornamos felizes... precisei de 9 anos de namoro e um fim para entender o que ele sempre me dizia.
Hoje sou julgada, nenhuma vez passaram pelo que passei e nem desejo o que passei para ninguém, eu tinha que passar. Era eu. Se me fecho e fico quieta é porque é algo que muitas vezes nem acredito que esteja acontecendo (que eles que diziam me amar tanto, me culpam e não entendem que há coisas que mudam e não podem ser como eram antes do fim do namoro), não acredito que sou julgada por querer viver bem e esquecer um fracasso, sou julgada porque não consigo lidar com uma família que amei como se fosse a minha e que hoje me julga a cada pequena palavra, ou desenho que faço.
Me julgam por eu amar uma menininha que fui babá por quase um ano, vivendo na mesma casa que ela, educando ela na ausência de seus pais. Comparam o amor que sinto por uma menininha e por minha afilhada.
Eu serei Madrinha por toda a minha vida e eu sei como dói ser "esquecida" por uma madrinha. Eu nunca esqueci a minha afilhada, pelo contrário. Mas não posso ficar falando sobre isso, porque não somos só e eu ela. Tudo envolve uma família inteira, um ex-namorado e toda a novela que todos adoram ver.
Desenhar ela, já desenhei realista, já desenhei em tamanho real, já postei também, já escrevi publicamente no facebook para ela. Enfim, não há medidas para o amor. Amo as duas. Existe espaço para as duas no meu coração, só não existe espaço para mensagens que julgam a forma como me manifesto numa rede social. Aprendi com o meu pai uma coisa: silenciar.
O silêncio é a minha melhor resposta, se escrevo essas palavras é para não me engasgar com sentimentos que me lembram a época em que eu era julgada por seu eu mesma. A época em que tive que tentar ser outra pessoa para agradar todo mundo, menos eu.

segunda-feira, agosto 25, 2014

Procurando por...

Pessoal,

Estou procurando um lugar para expor alguns trabalhos, tenho muita coisa em casa: algumas telas, muitas ilustrações e vontade de que mais gente veja de perto o que eu faço. Não sou muito sociável, mas para algumas coisas darem certo preciso dar minha cara a tapa. Tava pensando e acho que uma exposição em um lugarzinho bacana pode me ajudar a chegar ao meu objetivo.
Por isso, se tiverem sugestões de espaços culturais, se conhecerem alguém que tenha esse espaço, etc... Estou por aqui! :) Deixe um comentário! :) Estou muito afim de alçar novos vôos!









domingo, agosto 17, 2014

Em meados de agosto...

Muitas pessoas me perguntam: As suas coisas são caras?
Acho essa pergunta um pouco desagradável. Vender para mim não é fácil, nem um pouco, mas eu preciso pensar que um dia eu vá poder viver disso, da minha arte, que um dia eu tenha tempo para criar tranquilamente, com uma vida menos corrida e mais prazerosa. Então, as minhas coisas não são caras, elas tem um valor, que você pode estar disposto ou não a pagar. 
Para as pessoas que não querem pagar o valor de uma arte original, a Urban Arts faz alguns prints de alguns trabalhos que eu disponibilizo para isso. Entra no site e dá uma olhadinha: http://bit.ly/1l49Ajk ;)

Essa semana trabalhei em algumas coisas:






Bom, hoje foi o aniversário da minha grande amiga Denise Souza. Nem tenho muitas palavras, ás vezes somos presenteados com amigos para a vida toda, outras vezes por irmãos. A Denise é minha irmã, uma pessoa que me ajuda, me dá bronca, me traz para a realidade quando precisa, alguém que com certeza faz a diferença na minha vida, é uma mestre em sabedoria. Nesse dia eu só posso desejar que ela seja ainda mais feliz! <3 p="">

A produção continua, a luta também. Não tenho tempo para desanimar, meu objetivo é claro. :)
Obrigada a quem visita o blog, deixem comentários, ideias, opiniões...:)




sábado, agosto 02, 2014

Naquele Inverno, o sol começou a brilhar de novo?

Estou sumida aqui do blog, tenho vontade de vir escrever, mas as obrigações do dia-a-dia tem tomado muito do meu tempo e muitas vezes prefiro ficar com minhas palavras, pensamentos e sentimentos guardadinhos dentro de mim. Eu penso muito, eu sinto muito, isso tantas vezes é bom, mas outras tantas também é ruim, minha imaginação, meus sonhos, todos estão aqui, o tempo todo comigo. Perdi meu cachorro Dentes em 13 de Junho, foi muito difícil. Antes dele partir, foram 6 meses de muito sofrimento, desde que voltei da Irlanda em 2012, ele vinha mexendo muito em seu rabo, tentei de tudo, tinha muita pulga, conseguimos dar fim nelas, mesmo assim ele continuou obsessivo pelo rabo, teve que usar o colar elisabetano por mais de 1 ano, no início desse ano o rabo piorou, em um dia ele comeu um pedaço de seu rabo, corri na veterinária, tivemos que amputar o rabo, daí por diante nossas vidas foram sofrimento, é uma região de cicatrização ruim, ele se arrastava no chão, sangrava muito, meu bichinho sofreu muito, começou a ter problemas na pele, foi definhando, eram banhos no local quase todos os dias, meu pai me ajudava, antibióticos, gastos sem fim. Ele envelheceu muito com tudo isso, seus olhos já não sorriam mais para mim, era como se pedissem por paz. Meu irmão tentou, levou ele no Hospital Público, disseram que ele estava bem, que eram fungos na pele, passaram mais remédios e banhos. Na mesma semana em que parecia começar a melhorar, ele morreu. Finalmente parou de sofrer. Fazia tempo que eu não sentia tão fundo uma perda. Meu cachorrinho de 15 anos, meu companheiro que sorria para mim, que me recebia pulando sempre, tinha partido. Foi um difícil 1º semestre, meu gato Nenem está com câncer, todas as noites peço que ele não sofra, que a doença não judie dele, não se tem muito o que fazer. Ele retirou um olho em Janeiro e tenho cuidado para que ele seja feliz aqui comigo, com o Paulo e com a Lolla, nossa gatinha de 1 ano. 

Tenho desenhado cada vez mais, poucos são os dias em que não desenho, é a primeira vez na minha vida que o desenho é uma constante. Isso é ótimo, tenho melhorado muito! Eu sempre fui quem eu sou, sempre quis desenhar, mas quando criança, adolescente e jovenzinha, achava que não era boa o suficiente e muitas vezes ficava quieta, imaginava mas não desenhava, gostava da sensação de ter algo só meu, que só eu conhecia. É meio louco, mas era assim. Hoje não, eu desenho, coloco pra fora até os desenhos mais toscos e bobos, claro que esses eu não publico nem no facebook, nem aqui... são os meus estudos, até os mais bobos podem um dia render um bom desenho. 
Continuo dando aulas, hoje sou uma Professora melhor, tenho melhorado a cada dia, a professora que eu fui no passado, parece uma sombra perto da que sou hoje. :) Cansa ser professora, fica cansada, sem energias, parabenizo quem se aposenta nessa profissão. São heróis sem reconhecimento.  
Quem entra aqui pode ver que escrevo desde 2005, 2006... uma loucura, tanta coisa aconteceu, tanta coisa acontece. A impressão que tenho é de que o tempo tem corrido mais rápido para mim, para os meus sonhos, para as pessoas e as vidas de quem eu amo. 
Vou postar os desenhos que fiz nesse ano. 
Tentarei estar mais presente aqui no blog, escrevendo sobre os desenhos, os materiais que eu uso, minhas influências, as músicas que gosto de ouvir enquanto crio... essas coisas, não sei se há curiosidade sobre isso, mesmo assim, vou escrever. :) Minha página com ilustrações é https://www.facebook.com/GiArchanjo
















Ilustração que fiz para o SOS Gatinhos - para ajudar nas despesas

Homenagem ao meu Dentes - meu cachorrinho querido.