terça-feira, agosto 02, 2016

Uma semana.

Hoje faz uma semana que meu menino se foi. Nada faz muito sentido, é como se eu estivesse em um filme e fosse personagem desse filme. Estou feliz, estou triste. Não deixo de pensar nele, ao mesmo tempo penso na idade que ele tinha e que uma hora iria acontecer. Sinto falta de tudo dele, ás vezes começo a chamar por ele, quando abro a porta penso que ele vai vir correndo me receber. É muito difícil. Choro sem querer quando eu lembro dele e de como tudo aconteceu, fico pensando o que eu poderia ter feito diferente pra ele ter mais tempo comigo e fico achando que não é justo ele ter partido assim.
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Ganhei o concurso do Spoleto e "mágica" é a palavra que melhor exprime como foi tudo, desde o momento da pintura do pratão gigante até agora. Eu não imaginava tanto apoio, pensava ter chances de ficar entre os seis, mas ganhar em primeiro lugar foi realmente um sonho, mesmo que eles não divulguem isso pois os seis ganhadores recebem os mesmos prêmios, foi uma vitória moral, eu sei dela, sei da luta e sei que nunca vou esquecer. Não se trata só de ganhar um concurso, se trata de uma vida toda, de abrir mão de um monte de coisas, de anos e anos de estudo, de mudar de caminho depois de já ter feito uma faculdade e ter visto que não era o que eu queria, se trata de sonhos, de alma, de não conseguir viver sem criar, de acreditar que apesar das dificuldades, eu não posso desistir e tenho que seguir acreditando que não faço só por mim, faço porque tenho que fazer, porque nasci pra isso, porque isso me faz viver, me faz querer viver e amar a vida e eu só pude amar a vida quando parei de negar o meu amor pela arte. Não é fácil escolher a arte, mesmo tendo ela dentro de mim, eu a neguei muito com medo de não conseguir me sustentar, com medo de ter que passar muitos anos da minha vida dando umas 40 aulas por semana (apesar de amar tb ser professora, é uma profissão  bem desgastante).  Alguma coisa dentro de mim em determinado momento começou a me dizer que eu não podia fazer outra coisa, que eu tinha que lutar, lutar, lutar e só assim eu conseguiria ser eu, a verdadeira eu e não aquela que queriam que eu fosse. Nesse tempo todo foram muitos os "nãos" que eu ouvi, "nãos" de galerias de artes, "nãos" de editoras de livros infantis, "nãos" de revistas, "nãos" de clientes ou pessoas "interessadas" que depois de todo um trabalho feito viam que não era bem isso que queriam... Todos essas negações estão me fortalecendo, dói, mas eu não posso me dar o luxo de parar, de chorar mais do que algumas horas ou uns dois dias... rs dói muito, mas me fortaleço. Eu sei quem eu sou, eu sei do meu potencial, depende de mim treinar e me esforçar cada vez mais pra ser melhor no que eu faço, uma hora as coisas acabam acontecendo como consequência do meu trabalho, do meu esforço. Fico feliz dos meus pais terem visto essa vitória, dos meus alunos, das pessoas que estão mais próximas de mim e me conhecem, sabem da minha história, de quem eu sou de verdade.
Obrigada a todos que me ajudaram!

Abaixo o link para o post do Spoleto, no facebook:
https://goo.gl/avmIv9 


Print de quando acabou a votação no dia 31/07




segunda-feira, agosto 01, 2016

O dia depois de ontem.

Foram dias intensos. Muita coisa pra fazer, trabalho, votação e a perda do meu gato Neném. Tudo junto e eu no meio de tudo isso, tendo que manter o foco, o engajamento, porque na minha fraqueza eu poderia cair e perder uma oportunidade de ter mais visibilidade e de ganhar o prêmio em dinheiro que vai me ajudar com alguns problemas que estou tendo. Não foi fácil, ficar pedindo votos, compartilhando, mandando inbox, whatsapp, acho que junto com a vitória, veio o título de "mais chata da timeline"... rs Mas deu certo. Os vinte pratos eram ótimos e acho que os seis que ganharam, foram os que se movimentaram mais nas redes sociais. Essa semana começam as aulas, 2 semestre. Ainda estou baqueada com a falta do meu Neném, ele está em todos os lugares, o silêncio que incomoda, a falta dele no sofá, na cama, batendo as unhas no piso de madeira, querendo subir no lavatório pra tomar sua água, miando alto pra me acordar e entrando na frente da TV pra chamar a atenção. Ele era o meu filhinho, o meu gatinho mais velho e o mais companheiro que tive em toda a minha vida. Perder ele e o Frank em tão curto espaço de tempo me deixou baqueada. Preciso trabalhar isso em mim. 
Vou me afastar um pouco do facebook, é uma rede social ótima para o lado profissional, mas detona o psicológico da gente. Eu prezo muito o meu psicológico, levei anos pra conseguir me levantar e formular pensamentos de apoio a mim mesma, levei anos pra começar a me entender, muito tempo de estudo, de auto-conhecimento pra colocar em risco por causa de algo tão abstrato. Vou entrar o mínimo possível. Foi lindo o apoio que eu recebi de muita gente que eu nem esperava, gente que se engajou pra me ajudar, gente que escreveu coisas lindas, eu só tenho a agradecer. Mas também tem o lado da hipocrisia e da demagogia, coisas que não consigo lidar muito bem, a arte pra mim é algo tão dentro de mim, tão presente, tão constante que não sei explicar. Deixa pra lá. 
Obrigada pelo o apoio de todos! 
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