"Um dia quando eu era pequena quis escrever um livro, sempre fui eu, só que menor e com muitos, muitos defeitos, tenho me aberto para rever algumas coisas que gostaria de modificar em mim, de melhorar, mesmo assim, na essência, sempre fui eu. Lembro de um caderno amarelo de brochura, capa dura, ali eu desenhava, fazia algumas histórias em quadrinhos, arrancava as folhas que achava feias e imaginava que seria escritora, daquelas que escrevem livros e desenham também. Desistia, via que era péssima, não era caprichosa, as folhas eram todas marcadas, a borracha não apagava direito e eu sofria com minha falta de jeito. A minha vida parece um lençol feito de retalhos, tudo com uma ligação, com um fim, com pequenos encaixes e harmonia, como acreditar que isso seria possível fora dos livros? impossível. Um livro de crônicas mal escritas. Pensar em Paris e de repente um dia estar em Paris, não querer ser Professora e no outro dia sendo Professora da matéria que você mais amava na escola. Querendo ser luz e ser alimentada de trevas e no outro dia iluminando os seus sonhos e vivendo da luta de realizá-los."
"Uma menina de cabelo cinza e pássaros que a levam pra longe.
A realidade muitas vezes é dura demais para quem tem o coração tão azul."