Busquei em todas as folhas o seu nome, não encontrei. Olhei de novo. Calmamente e sem distrações, não encontrei. Pulei a folha, fechei o livro, desisti. Você não estava ali, nem ali e nem em lugar nenhum. Você não existe, nunca existiu. Eu com minha imaginação fértil te criei. Fiz cada detalhe de você e do seu corpo, suas palavras fui eu quem soprei, seu corte de cabelo, suas roupas, foi tudo eu.
Desacreditei quando vi os sinais, não era possível, justo eu que sempre fui tão esperta, tinha esquecido de esquecer. Fui seguindo, seguindo, sem olhar pra trás e quando vi, cadê você? Era eu. Eu com todos os meus mínimos defeitos, com todos os meus fios de cabelos de brancos, com todas as minhas pintas de sol. Era inteirinha eu. Fechei os olhos, olhei de novo: era eu. Passei a mão no espelho: era eu. Abri a boca, arregalei os olhos e era eu. Não tinha dúvidas, tudo era o tempo todo eu.
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