Um dia eu acordei com a lembrança de um sonho. Eu não estava mais aqui, estava em um lugar frio mas ao mesmo tempo acolhedor, estava segura. A sensação de segurança era enorme e eu estava feliz. Eu sou feliz aqui, mas sempre tem o medo de o telefone tocar e ter uma notícia ruim. No meu sonho eu era livre. Quando eu falo em ser livre não é que aqui eu não seja, eu sou. Mas lá eu era mais livre, eu estava tão longe que não tinha como me preocupar, era como se eu fosse uma outra pessoa em um outro mundo. E gostava mais do novo mundo do que do antigo. Era como se eu tivesse nascido e sido criada para ele. Apesar de tantas diferenças, lá eu não me sentia diferente. Me sentia mais aceita do que aqui. Pela primeira vez pude sentir de verdade o que é ser parte de algo, mesmo estando tão longe e sem ninguém da minha família por perto. Quando acordei do sonho, estava com esse desenho na cabeça. Queria ele como ele ficou. Minha saudade dói dentro do peito. É uma dor pulsante, que não cansa de doer e eu não canso de fingir que não a sinto. Esse desenho ficou com quem tinha que ficar. Alguém que sabe de tudo que aconteceu para ele existir. Esse não tem preço. O valor dele está acima de qualquer valor que eu pudesse estipular.
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