segunda-feira, janeiro 26, 2015

Das minhas profundezas.

Eu poderia gritar o mais alto que conseguisse.
Gritar para soltar a tristeza que fica cada vez que a vejo assim.
Poderia esquecer de ir aí, arrumar compromissos, tentar viver a minha vida de filha omissa.
Não ir almoçar, não ir jantar, não ligar. Sumir.
Seria mais fácil sumir e gritar.
Mas aceito com resignação que eu tinha que ser eu.
Eu das profundezas de ser eu mesma.
Eu que vejo você cada dia mais fraca e triste,
Eu que vejo você cada dia menos você.
Você que esquece as coisas e que tem mais medos do que todos nós juntos, e quem dera eu pudesse fazer dos seus medos os meus. Eu os pegaria e colocaria lá longe onde coloco tudo que me tira os sonhos, que me entristece, que me faz sofrer.
Você que eu não consigo esquecer, não consigo colocar longe de mim.
Eu poderia gritar o mais alto que conseguisse.
E mesmo esse grito, o maior grito do mundo, seria baixo diante do que sinto.





Nenhum comentário: