quinta-feira, dezembro 10, 2015

Exposição Livraria Cultura

Há 3 anos atrás fiquei sabendo que poderia ter uma exposição na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi. Tinha tanta coisa pra acontecer nesses anos, tinha a Copa do Mundo, eu tinha acabado de voltar ao Brasil e estava cheia de expectativas, cheia de saudades, sonhos, etc. Passaram-se 3 anos e muita coisa mudou, me conheço mais, me casei no papel com o Paulo (já era casada no coração), meu Dentes se foi, meu Nenen perdeu um olhinho, peguei a Lolla, Frank ficou doente, comecei a dar aula em outra escola, minha mãe ficou mais doente, um monte de gente que eu não esperava parou de falar comigo porque tive atitudes que eram diferentes do que esperavam de mim, fui julgada, condenada por pessoas que eu verdadeiramente amava, aprendi que as pessoas nunca vão estar felizes com quem você é de verdade porque elas não se preocupam com você, se preocupam só com suas próprias visões e julgam, julgam muito. Aprendi que por mais que você faça, sempre vão querer que você dê mais amostras de amor e que do amor não se pode cobrar provas, ele é, ele existe e assim é livre. Pedi desculpas sem ter errado, por amor. Me calei, sumi, trabalhei dia após dia minha tolerância, minha paciência, minha capacidade de perdoar, senti inveja, me puni, tive vergonha, sumi de novo, fui vítima de fofocas, me senti em uma novela das 8, nunca imaginei que tudo isso fosse acontecer comigo, sempre fui quieta, sempre tive poucos amigos, no momento, meus amigos são "mais poucos ainda"... rs Com o passar do tempo, tenho visto que posso contar com pouquíssimas pessoas, não me sinto sozinha por isso, talvez um pouco triste, mas acho que não nasci pra ser popular, já estou habituada desde muito nova a essa sensação. Essa exposição fecha um ciclo, estou agora numa fase de transição, de gestação para novos trabalhos, sinto dentro de mim uma vontade de continuar, mas um medo de iniciar algo novo, faz parte, sei que é assim e que preciso desse tempo.

Abaixo o link para um vídeo de divulgação da Galeria Cultura e alguns trabalhos que estão na exposição que fica até 30 de dezembro na Galeria Cultura (Livraria Cultura do Shopping Iguatemi)

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quarta-feira, novembro 18, 2015

O dia em nasci

Um dia parei pra pensar sobre o dia em que nasci. Podia dizer que nasci quando sai da barriga da minha mãe ou quando quase morri com alguns dias de vida por causa de intolerância ao leite materno. Pra mim o dia em que nasci foi quando tomei consciência de que eu era alguém e não somente um corpinho obediente de criança, foi quando eu percebi que eu era capaz de pensar e seguir os meus pensamentos e ter minhas próprias ideias, isso por volta dos 8 anos. Nunca fui de falar, nunca fui de reclamar, nunca fui de querer as coisas, eu era e o ser já era o bastante para mim. Eu nascia todos os dias um pouquinho. Eu nasci um dia quando minha vó Nininha ficou doente e foi internada, eu nasci quando meu pai operou da hérnia e eu não podia vê-lo e chorava como se não houvesse amanhã por causa disso, eu nasci quando minha mãe tinha crises renais e gemia de dor no quarto, eu nasci quando me contaram que eu teria um irmão, eu nasci quando minha vó foi pra Minas visitar os parentes e eu não entendia porque ela tinha me deixado, eu nasci quando eu descobri o que eram gatos e também foi essa a primeira vez que me apaixonei e continuo até hoje apaixonada, eu nasci quando recebi a notícia de que minha vó tinha morrido, depois nasci de novo quando minha outra vó morreu, eu nasci quando meu irmão se envolveu com drogas e deixou devastada a nossa família, eu nasci quando meu gato Vinícius sumiu, quando meu Dentes morreu, quando roubaram meu carro prata, quando eu levei o maior fora de todos os tempos, quando fui mandada embora, quando fui morar na Irlanda, quando voltei pro Brasil, eu nasci quando reencontrei o Paulo depois de tantos anos e ele sorria enquanto andava de patins. Eu nasço toda vez que termino um desenho, um quadro, quando dou minhas aulas e vejo admiração em alguns olhinhos. Eu nasço toda vez que olho pra minha Lolla, pro meu Nenem e pro meu Frank. O tempo todo estou nascendo e vivendo como se cada dia fosse o último dia e o primeiro.

terça-feira, julho 21, 2015

Reflexão de aniversário

Tem gente que ama fazer aniversário e tem gente como eu, rs que nunca adorou e que entra em crise muitas vezes, fazer aniversário para mim sempre foi dolorido, desde tempos remotos e isso não quer dizer que não precisa me dar parabéns ou fazer de conta que não sabe que estou fazendo aniversário, pelo contrário. Acho que a expectativa de não ter pessoas interessadas em mim e de repente um monte de gente falar e fazer festa, muda um pouco o clima do "fazer aniversário" e deixa tudo melhor. Esse ano deixei o facebook avisar as pessoas do dia 20/07 e incrivelmente, mais do que nos outros anos, recebi mensagens lindas e que não parecem ter sido automáticas, via inbox. Foi lindo, chorei várias vezes de emoção, foi um dia razoavelmente complicado, fui ao Hospital das Clínicas com minha mãe, teve a espera infinita em pé, porque não tem lugar direito nem para os pacientes, que dirá para os acompanhantes, mas levei o meu sketchbook, minhas canetas, sentei no chão e desenhei, foram formas orgânicas que para mim têm o poder de um livro para colorir, daqueles para adultos. Comecei a desenhar e o tempo passou rápido, não vi os diversos tipos de doenças e sofrimento que o lugar apresenta. Foi uma boa solução. Cheguei em casa e dormi. Dia de hospital é dia de acordar 4h30 para sair no máximo 5 horas, chegar lá 6 e 15 e ser atendida as 10 horas (otimismo sempre!), ontem tivemos a boa notícia de que o olho dela está recuperado da úlcera e das bactérias, foram dois meses de luta, preocupação, choros, brigas, etc. Eu sabia desde quando era criança, de que ser criança é a melhor coisa do mundo, eu nunca quis crescer, sabia que esse mundo dos adultos é uma chatice, nunca quis ser uma moça, nunca quis, queria ser menina pra sempre, menina, daquelas que fazem o que quer, que não se preocupa em sentar direito, que não precisa pentear o cabelo e gostava de soltar pipa ás vezes. Doeu crescer. Eu não sei lidar muito bem com as coisas que eu sinto, muitas vezes tenho vontade de me isolar das pessoas e isso não significa que estou triste ou com depressão, significa que preciso disso, que sou feliz sozinha, no silêncio, só comigo mesma. A sociedade não entende muito bem isso, sendo assim, guardo com carinho as pessoas que compreendem esse meu lado. Eu não sou a filha perfeita, eu tento ser melhor para ela, eu tento ter paciência, conhecer a doença dela para saber um pouco sobre o que ela sente, eu tento mas muitas vezes erro. Eu só quero saber que fiz o melhor que eu podia. Ontem receber a noticia de que o olho dela está melhor, foi o maior presente de aniversário que podia ter ganho.

Outro dia o Paulo me disse: - Você é excêntrica mesmo! rs decidiu, não vai atender telefone e o telefone, toca, toca e você não atende. risos

Dei risada. 
Obrigada a todas as mensagens de Feliz Aniversário. 
Abaixo está o desenho que fiz enquanto estava no Hospital das Clínicas.


terça-feira, julho 14, 2015

O grito

O ser humano é capaz de coisas tão belas e ao mesmo tempo tão horrendas. Sou muito reflexiva, penso, repenso, evito julgar comportamentos diferentes dos meus pois já sofri muito quando era julgada. Hoje cheguei em outro ponto. Criei uma casca que me protege do que acham de mim. Eu sei quem eu sou, as coisas que admiro, meus erros, toda a minha vida da infância até aqui me mantem com os pés no chão. Claro que sou humana, ás vezes caio no erro de tanta gente, e julgo, falo mais do que deveria, me arrependo. Se faço uma coisinha que acho que não deveria ter feito, sou humilde o suficiente para pedir perdão. Eu erro muito, o tempo todo, o tempo todo tento ser verdadeira, se derrapo é na tentativa de não magoar as pessoas que são importantes para mim e no fim, acabo magoando. Também sou magoada, lembro de tantas coisas que gostaria de esquecer, se vejo um pouco de amor em alguma atitude, meu coração amolece e pronto, as coisas começam a ficar bem, já se não vejo, meu coração vai ficando duro, duro até o dia que seca e nada sobra dessa mágoa. 
Penso na minha família, meus parentes, pessoas que eu tinha uma grande consideração e sem mais nem menos viraram a cara pra mim, eu não entendo, mesmo assim me calo, o meu silêncio é a resposta mais clara e humilde que posso dar. Nunca espere das pessoas. Meu coração é uma esponja, por onde passo vou amando e achando que sou amada. Quando vejo que não fui amada, que não sou amada, me viro do avesso pra entender e de repente lembro de algum escritor (a) que disse: "Viver ultrapassa qualquer entendimento" e sorrio. Não tenho o que falar, não tenho o que pensar, quero estar bem para quando eu for embora daqui eu vá feliz, sem muitos remorsos, sem tristezas crônicas. Não posso agradar ao mundo todo quando eu quero só ser eu mesma, livre, como sou feliz sendo. 
A liberdade é o meu preço. 

terça-feira, junho 23, 2015

E depois?

Quase todos os dias me pergunto porque minha vó e minha mãe nasceram com essa doença. Nunca foi fácil pra mim vê-las sempre assim, quase não tenho lembranças da minha mãe sem a doença. Minha avó materna, tadinha, sofreu muito, mesmo assim, ainda acho que ela era mais forte que minha mãe. Ela faz tanta falta na minha vida, a vovó era a única pessoa que fazia eu me sentir completamente amada, do jeitinho que eu era. Ver ela três meses internada em uma UTI, morrendo um pouquinho dia após dia, fez de mim uma pessoa mais fria, mais seca, até o ultimo momento eu acreditava que ela se recuperaria e aquela seria só mais uma internação de tantas. Não foi. Dói até hoje, nunca vai passar. Ver minha mãe assim faz com que tudo aquilo volte, eu era uma menina de 17 anos que ia quase todos os dias visitar a vó na UTI do Hospital Dom Pedro. Mesmo acreditando que ela pudesse ficar boa, chorei de alívio quando recebi a notícia de sua morte, eu não aguentava mais ver ela sofrendo, ver ela do jeito que vi, na última visita eu só chorava, vovó mexia a boca e dizia pra eu não chorar, não saia voz pois ela tinha feito uma traqueostomia. Eu não conseguia não chorar. 
Agora é minha mãe, minha mãe sempre foi um pouco distante, não era como a vovó, era dura, não se emocionava, não demonstrava muito amor. Quando fui crescendo, ela foi se abrindo mais para mim, mesmo assim nunca tivemos um relacionamento ótimo. Sempre sobrou pra mim a parte de ser dura com ela, de trazê-la de volta a realidade, de tirá-la do mundo de perseguições e de ciúmes em que vivia, eu sempre me senti mais mãe dela do que filha. Agora ela precisa ainda mais de mim e eu não entendo porque as duas tinham que ter essa doença, eu não entendo porque tanto sofrimento. Eu não sei lidar tão bem com minha mãe, eu não sei o que fazer, digo palavras de força, tento ser paciente, tento dar alegrias, ir ao hospital das clinicas com ela é lembrar de quando eu era criança e ela levava minha vó e me levava porque eu era maior e podia ajudar as duas e agora eu ali e tanta dor, tanta doença, tanta sofrimento. Não consigo entender. Parece que vou ficar louca. 

terça-feira, maio 19, 2015

Uma pisada

Acho que todo mundo tem aquele momento em que uma "virada" é pedida. Não dá para viver sem isso, não dá para pensar em uma vida conformada, esperando que algo aconteça. A gente luta, luta, luta e quando vê não sai do lugar. Eu não quero viver pensando em dar aulas, dar aulas para mim tornou-se um martírio, não quero a rotina de pensar provas, de corrigir provas, de avaliar, etc. Quero viver, o meu viver é muito distante do "viver" dentro da escola, quando eu não acredito mais no que faço, começo a sofrer. Eu posso ser qualquer coisa, desde que eu acredite que seja. A rotina, a mesmice, o sistema escolar está me sufocando. O que eu procuro é tão maior que não cabe mais nessa realidade e aí que eu não sei mais o que fazer. Me sinto pequena na sala de aula, me sinto pequena na escola, eu sou tão maior do que isso, de como me sinto. Tenho tanta coisa dentro de mim, tantos sonhos, tantas realidades e ali eu sou tão pequena que poderia ser "pisada" por um sapato qualquer.

terça-feira, maio 05, 2015

Eu

Busquei em todas as folhas o seu nome, não encontrei. Olhei de novo. Calmamente e sem distrações, não encontrei. Pulei a folha, fechei o livro, desisti. Você não estava ali, nem ali e nem em lugar nenhum. Você não existe, nunca existiu. Eu com minha imaginação fértil te criei. Fiz cada detalhe de você e do seu corpo, suas palavras fui eu quem soprei, seu corte de cabelo, suas roupas, foi tudo eu.
Desacreditei quando vi os sinais, não era possível, justo eu que sempre fui tão esperta, tinha esquecido de esquecer. Fui seguindo, seguindo, sem olhar pra trás e quando vi, cadê você? Era eu. Eu com todos os meus mínimos defeitos, com todos os meus fios de cabelos de brancos, com todas as minhas pintas de sol. Era inteirinha eu. Fechei os olhos, olhei de novo: era eu. Passei a mão no espelho: era eu. Abri a boca, arregalei os olhos e era eu. Não tinha dúvidas, tudo era o tempo todo eu. 



segunda-feira, abril 06, 2015

Um livro de crônicas mal escritas

"Um dia quando eu era pequena quis escrever um livro, sempre fui eu, só que menor e com muitos, muitos defeitos, tenho me aberto para rever algumas coisas que gostaria de modificar em mim, de melhorar, mesmo assim, na essência, sempre fui eu. Lembro de um caderno amarelo de brochura, capa dura, ali eu desenhava, fazia algumas histórias em quadrinhos, arrancava as folhas que achava feias e imaginava que seria escritora, daquelas que escrevem livros e desenham também. Desistia, via que era péssima, não era caprichosa, as folhas eram todas marcadas, a borracha não apagava direito e eu sofria com minha falta de jeito. A minha vida parece um lençol feito de retalhos, tudo com uma ligação, com um fim, com pequenos encaixes e harmonia, como acreditar que isso seria possível fora dos livros? impossível. Um livro de crônicas mal escritas. Pensar em Paris e de repente um dia estar em Paris, não querer ser Professora e no outro dia sendo Professora da matéria que você mais amava na escola. Querendo ser luz e ser alimentada de trevas e no outro dia iluminando os seus sonhos e vivendo da luta de realizá-los."


"Uma menina de cabelo cinza e pássaros que a levam pra longe.
A realidade muitas vezes é dura demais para quem tem o coração tão azul."

quinta-feira, março 12, 2015

Sem nada

"Me arranquei de algumas pessoas, busquei em todos os lugares maneiras de não me arrancar, vi que isso só seria possível se eu não fosse eu, fosse outra pessoa. Me escolhi. Não consigo lutar para ser outra pessoa, assim para agradar, eu luto pelo meu melhor, sem pensar se vou agradar, se não vou - sai em busca dos meus sonhos, aqueles que guardei no pote de margarina."

Disse ela, cansada de tantos ardores, suores e falsos amores.

"Eu não tenho nada, sem nada eu sou livre e livre, feliz."


sábado, março 07, 2015

De alguns sonhos saem doces pensamentos...

Quando eu tinha 17 anos me disseram, assim, sem mais nem menos:
- Quem te disse que você tem talento? isso é coisa que colocaram na sua cabeça, quem disse que você sabe desenhar? Eu não lembro as palavras exatas, mas lembro que fiquei longos 03 anos sem desenhar, não conseguia, simplesmente passei a achar que realmente não era algo que eu queria e que sim, tinham colocado isso na minha cabeça. Falar isso para uma adolescente de 17, 18 anos é muito sério e tenho certeza de quem falou sequer lembra.Talvez eu precisasse daqueles anos para perceber que tinha essa vontade de criar dentro de mim e que não colocaram na minha cabeça. Minha infância e adolescência não foram fáceis, não é fácil estar longe do estereotipo de beleza, de comportamento, etc. Sempre fui sozinha. Achava isso ruim, não entendia bem como e porque eu era assim, achava que não gostavam de mim, que eu era chata, que tinha problemas mentais, psicológicos, tudo... rs Ás vezes acho que me tornei professora de artes para estar do outro lado, ao invés de jogar terra nos sonhos das crianças e dos jovens, fazê-los acreditar. Eu não fui um sucesso de criança, eu não fui uma adolescente inteligente, nem popular, nem bonita, eu não comecei sendo uma boa professora, era atrapalhada, desenho mal, eu me considero uma pessoa esforçada e eu sei que posso me esforçar ainda mais em tudo aquilo que acredito.









segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Leve como o peso da Bailarina

Eu não tenho paciência para dramas, eu não tenho paciência para novelas. Eu quero a simplicidade de tudo. Da vida, do amor, do meus traços, das cores, de mim.
Prefiro ser sozinha do que estar entrelaçada em linhas que não são minhas.
Me equilibro, me busco e me acho na minha solidão.
Eu sinto muito e por sentir assim, eu sofro, sou capaz de me punir por não ser o que esperam de mim. A minha salvação é o afastamento, não sou o que esperam, mudar tanto assim me fere e não posso com isso, então vou embora, essa é a minha defesa, estar só.
Ninguém sabe de mim.
A vida é assim, quando você percebe isso, tudo pode parecer pesado mas é leve...
Leve como o peso da bailarina.





segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Como a bailarina



Hoje  desenhei bailarinas...várias, fechei os olhos de todas elas, são livres, dançando, flutuando...

E eu querendo ser como elas: leve, solta, cheia de luz e sem mágoas pequenas ou grandes.








segunda-feira, janeiro 26, 2015

Das minhas profundezas.

Eu poderia gritar o mais alto que conseguisse.
Gritar para soltar a tristeza que fica cada vez que a vejo assim.
Poderia esquecer de ir aí, arrumar compromissos, tentar viver a minha vida de filha omissa.
Não ir almoçar, não ir jantar, não ligar. Sumir.
Seria mais fácil sumir e gritar.
Mas aceito com resignação que eu tinha que ser eu.
Eu das profundezas de ser eu mesma.
Eu que vejo você cada dia mais fraca e triste,
Eu que vejo você cada dia menos você.
Você que esquece as coisas e que tem mais medos do que todos nós juntos, e quem dera eu pudesse fazer dos seus medos os meus. Eu os pegaria e colocaria lá longe onde coloco tudo que me tira os sonhos, que me entristece, que me faz sofrer.
Você que eu não consigo esquecer, não consigo colocar longe de mim.
Eu poderia gritar o mais alto que conseguisse.
E mesmo esse grito, o maior grito do mundo, seria baixo diante do que sinto.





sexta-feira, janeiro 23, 2015

Sorriu - fim.

Todos os dias eram iguais: ela ia buscar sonhos em páginas alheias, incapaz de encontrá-los em sua vida/página.
Entrava nas páginas das amigas, olhava, sonhava, ia para outra página e outra e outra... pulava de página em página. Queria saber quem eram aquelas pessoas, o que elas queriam, para onde iam?

Um dia bateu o olho nele. Que foto linda! Que sorriso! Quem é ele? Será que existe? Com quem ele anda? Onde ele vai? Viu cada mensagem, cada foto, viu a namorada dele, achou ela feia.

Saiu da página.
Desligou o computador e foi pra casa.

O namorado dela já esperava
no metrô, ela entrou no carro, olhou pra ele e pensou: - Estou com a pessoa certa.

Sorriu.

Fim.
Desenho da modelo Veronica Assis.

quarta-feira, janeiro 14, 2015

Nos últimos dias.

A retirada de dois dentes do ciso foram para mim o ponto baixo da minha vida nos últimos anos.
Senti dor, desconforto, chorei, foi como uma TPM sem fim, eu particularmente não sofro muito de TPM, mas tudo que não sofri nos últimos anos foi compensado nos últimos 10 dias. Calor + arrancar os dentes + dor + desconforto + dieta líquida + Spidufen = CHATICE MODE ON HIGH ULTRA!!!

Amanhã eu tiro os pontos, tenho a esperança de ficar um pouco melhor e aproveitar os últimos dias de férias.

No mais, não quero escrever. Na verdade quero, tenho um monte de coisas guardadas na minha cabeça para eu escrever, mas ás vezes acho melhor deixá-las só lá mesmo.

Um beijo cheio de amor e dor para todos vocês que leem essas coisas que escrevo.

Quando forem arrancar o ciso, pensem em mim....hahahahahahhahahaha


terça-feira, janeiro 06, 2015

Dia 3 e Dia 4

Há um mês minha boca por dentro começou a doer, machucada, parecia que eu tinha mordido o céu da boca e logo melhoraria, mesmo assim resolvi ir ao dentista ver o que poderia ser, fui no dia 9/12. Ele disse que eu tinha mordido e que em dois ou três dias iria ficar bom. Acontece que não melhorou, foi piorando, ele entrou de férias e eu fiquei sem poder comer direito as comidas maravilhosas das festas de fim de ano.
Ontem voltei ao dentista e ele me deu duas opções: ou eu cortaria o excesso de gengiva que estava fazendo eu morder toda a minha boca ou tiraria o ciso. Como já seria a segunda vez que tiraria o excesso de gengiva e já tava sofrendo tanto por causa dela, decidir por tirar os cisos do lado esquerdo.
Nesse momento estou aqui sofrendo. Sempre achei que arrancar os cisos seria horrível, e eu não me decepcionei, é péssimo em cada pequeno detalhe. Parece que tem um bola de pingue pong dentro da minha boca. Não consigo falar, se eu falo a boca volta a sangrar. Eu penso que as coisas são como devem ser, cada coisa em seu lugar. Eu devia ter arrancado antes, tive medo, optei por tirar um pedaço da gengiva, sofri muito e mesmo assim tive que tirar o danado do ciso. A gente não escapa das coisas que são para acontecer. A casa está um silêncio, meu gato nenen sente falta da minha conversa com ele e solta miados horríveis, tentando chamar a minha atenção, eu não consigo falar... risos
Minha vontade era de dormir e acordar só quando já estivesse boa.
Não tenho paciência para desenhar, nem pra ler, só consigo ver filmes na TV.
Quanto ao facebook, tenho aguentado bem, ás vezes comento algumas coisas, dou um like, mas nada que me tire mais do que cinco minutos.
A luta continua minha gente. No momento só queria poder comer uma bela pizzaaaaa!!! risos.

Um beijo para vc que entra aqui e amanhã posto alguma coisa.


domingo, janeiro 04, 2015

Dia 2

O segundo dia foi complicado. Amanheci com a boca doendo, estou com algum problema no dente do ciso e meu dentista está de férias, então os últimos 20 dias estão sendo complicados por causa disso. Entrei pouco no facebook, tente não curtir nada, tentei não deixar recados, cheguei a conclusão de que seria melhor desenhar, aí escolhi uma foto para o Mulheres da Timeline.
Mulheres da Timeline é um projeto que estou fazendo para aperfeiçoar o meu desenho mais realista e me manter desenhando sempre. Não tenho como objetivo vender os desenhos, quero que eles entrem em exposição, são desenhos pequenos, geralmente de tamanho A4 em que eu utilizo lápis e aquarela. Eu gosto de fazê-los.

Fiquei o dia todo desenhando e com dor de dente, tinha combinado algo com amigas e acabei desistindo, eu não seria boa companhia para ninguém com tanto incômodo pra falar, pra comer... Acabamos eu e o marido vendo 02 filmes no Telecine: A vida secreta de Walter Mitty e Saving Mr. Banks. Choreiiiiiiiiiiiiiiiiiii.... Acordei com os olhos inchados de chorar por causa dos filmes.

Quero diminuir ainda mais minha frequência de Facebook.

Esses são os desenhos que já fiz para o Projeto MulheresdaTimeline.
O que fiz ontem é o desenho da grávida Kelly.

Bom Domingo e até amanhã com novas aventuras interessantes para vcs.
ehehehehehehehhe













sexta-feira, janeiro 02, 2015

Dia 1

Uma das minhas primeiras resoluções para esse ano foi dar um tempo de Facebook.
Resolvi isso por perceber que muitas postagens mais me irritam do que qualquer outra coisa, pode ter sido também o calor. Aqui em SP anda fazendo um calor que é insuportável para quem gosta tanto do frio como eu. Sinto muita falta da minha amada Irlanda, todos os dias sinto, mas quando o calor é assim, sinto um pouquinho mais.

Vou postar aqui no decorrer desses dez dias. O meu desejo é entrar o minimo possível e não fazer nenhuma postagem. Não responder comentários, não responder mensagens, ficar alheia mesmo a esse mundo "virtual".

Nesse ano de 2014 pude lidar com vários sentimentos, a impressão que tive foi de um ano de testes.
Foram tantas decepções, tantas, tantas, que não consegui contabilizar. Em nenhum momento senti ou sinto dentro de mim uma chama me pedindo para correr atrás dessas relações ou pedir algum tipo de desculpas. Eu sou assim, se sinto vou, faço, supero e pronto. As decepções foram todas porque criei expectativas em relação ás pessoas, expectativas alimentadas por relações de carinho, por mídias sociais, por eu esperar das pessoas ações que eu acho que eu teria. Foram muitos casos, muitas promessas vazias, muita vontade de me isolar e ficar sozinha. Nisso tudo consegui me achar, me estudar, chegar tão fundo em mim que em alguns momentos tive medo, mas me mantive firme, buscando em mim a resposta.
 Por isso o ano de 2014 foi bom. Agradeço a ele (2014), o melhor de mim, o meu amadurecimento, vem com as decepções que tenho. Vejo isso a cada dia que passa. Deixo vocês com um trecho da Clarice Lispector:

A Lucidez Perigosa 

Estou sentindo uma clareza tão grande 
que me anula como pessoa atual e comum: 
é uma lucidez vazia, como explicar? 
Assim como um cálculo matemático perfeito 
do qual, no entanto, não se precise. 
Estou por assim dizer 
vendo claramente o vazio. 
E nem entendo aquilo que entendo: 
pois estou infinitamente maior que eu mesma, 
e não me alcanço. 
Além do que: 
que faço dessa lucidez? 
Sei também que esta minha lucidez 
pode-se tornar o inferno humano 
- já me aconteceu antes. 
Pois sei que 
- em termos de nossa diária 
e permanente acomodação 
resignada à irrealidade - 
essa clareza de realidade 
é um risco. 
Apagai, pois, minha flama, Deus, 
porque ela não me serve para viver os dias. 
Ajudai-me a de novo consistir 
dos modos possíveis. 
Eu consisto, 
eu consisto, 
amém.
Clarice Lispector LISPECTOR, C. A Descoberta do Mundo . 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.